Globo Repórter mostra os desafios de produzir comida para todos
Até a comida chegar às mesas, uma longa estrada é percorrida. Do campo às pesquisas é possível entender a importância dos alimentos e do seu reaproveitamento para que eles alcancem 8 bilhões de pessoas no mundo. Em dois programas que vão ar nos dias 5 e 12 de abril, o ‘Globo Repórter’ percorre quatro estados de três regiões do Brasil e mostra como é possível produzir e distribuir comida de qualidade para todos, a partir de boas iniciativas que aliam o cultivo à tecnologia.
No primeiro programa os repórteres Fernanda Grael e Renan Nunes contam a história do solo da zona rural de Parnaíba, no Piauí, que começou a mudar na década de 80 com a chegada da água do Rio Parnaíba. Até o momento, o solo era improdutivo e pouco explorado, mas recebeu uma tecnologia inspirada em Israel – país referência mundial em pesquisa agrícola -, que cortou a terra seca com canais de irrigação e fez nascerem os Tabuleiros Litorâneos, baseados na agricultura orgânica. Só no nordeste brasileiro foram criados quase 40 perímetros irrigados, que agora empregam mais de 2 mil pessoas. “Produzir alimentos de qualidade e em grande escala é um desafio e uma emergência global. No Nordeste, por muitas vezes, reportamos o fantasma da fome e hoje é inadmissível que pessoas ainda não tenham o que comer. Foi incrível ver que ideias inovadoras e tecnologias podem colaborar com a produção de alimentos, onde antes só havia terra seca”, afirma o repórter Renan Nunes.
As equipes mostram os processos de colheita do caju e vão até o Núcleo de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal do Piauí, onde pesquisadores estão criando alimentos a partir do reaproveitamento do bagaço, das cascas e fibras, para garantir a comida no prato de mais pessoas e solucionar problemas de desnutrição devido à riqueza desses alimentos. Antigamente, o bagaço do caju era descartado pela indústria. Hoje, cada tonelada alimenta 3.500 pessoas. O programa revela iniciativas não somente no Nordeste, mas também no Sudeste do país, apoiadas pela FAO, a Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, que lidera os esforços no combate à fome.
Em São Paulo, três amigos engenheiros criaram a maior fazenda vertical urbana da América Latina. Inspiradas na Holanda, as fazendas verticais propõem, para o futuro, uma colheita moderna com comidas de qualidade mais baratas, colhidas em até metade do tempo das hortas tradicionais. Essa iniciativa ainda tem a proposta de resolver as questões de desperdício de alimentos com o longo deslocamento entre as cidades. “A fazenda vertical parece algo de outra dimensão. É uma tecnologia muito interessante, inteligente, sustentável, que utiliza menos espaço, menos água. É boa para o planeta e para as pessoas, que podem comer um alimento qualitativamente bom, mais saudável, e até mais barato”, conta a repórter Fernanda Grael.
A aquicultura, em águas salgadas ou doces, é a que mais cresce na alimentação humana. O programa desta sexta-feira, dia 5, mostra laboratórios e projetos de cultivo e produção de peixes no Brasil como a garoupa, ameaçada de extinção; a tilápia; o camarão; ostras e outras espécies, que estão mudando a realidade de suas regiões, gerando renda e alimento para mais pessoas.
Já na próxima sexta-feira, dia 12, o ‘Globo Repórter’ fala sobre a importância do aproveitamento completo dos alimentos e mostra projetos e movimentos sociais criados para minimizar a fome e a insegurança alimentar no país. As repórteres Dulcineia Novaes e Fernanda Grael ainda experimentam um banquete do futuro, elaborado com produtos nada convencionais, feitos em laboratório, em impressão 3D e até com estruturas de insetos.
O ‘Globo Repórter’ vai ao ar nos dias 5 e 12 de abril, logo após o BBB 24.