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Gilberto Gil revive sua trajetória no cinema em episódio inédito de Na Trilha do Som

Na Academia Brasileira de Letras, Gilberto Gil concede entrevista para a série Na Trilha do Som.

As primeiras lembranças cinematográficas de Gilberto Gil foram marcadas por pequenos trechos de obras em preto e branco. Em uma conversa descontraída na Academia Brasileira de Letras, ele se recorda de quando era menino e um mascate levava pedaços de filmes que eram exibidos na cidadezinha em que morava no interior da Bahia. Mais tarde, já estudando em Salvador, tomou contato com a linguagem do cinema como narrativa, com os filmes de cowboys, as obras do Cinema Novo e as autorais com personagens mais profundos. No episódio inédito da série exclusiva do Curta! “Na Trilha do Som”, de Marcelo Janot, Gil relembra algumas dessas histórias e suas principais composições para o cinema.

O compositor conduz a uma viagem pelo cinema brasileiro através de imagens de filmes para os quais compôs. Ele lembra que sua primeira contribuição para o audiovisual, “Brasil anos 2000” (1969), de Walter Lima Jr., foi uma experiência complexa e precisou entender o que era trilha sonora. Nessa época, para ele, a música era um fator de abstração nas produções. “A música segue uma espécie de decalque do que a imagem e a psicologia dos personagens propõem. É uma narrativa poética e literária”, relembra sobre seu passado como trilheiro de músicas incidentais.

O episódio retrata as experiências de Gil como autor de trilhas em longas dirigidos por Cacá Diegues, como “Quilombo” (1984), “Veja esta canção” (1994) – dividido em quatro partes inspiradas por canções temáticas – Gil compôs a música “Drão” e “Um Trem para as Estrelas” (1987), em que trabalhou em parceria com Cazuza. “Trabalhar com Cazuza foi magnífico. Ele é um poeta com uma capacidade descritiva extraordinária, foi muito fácil nesse sentido. Ele apresentava poemas e eu os musicava”, explica o compositor.

Além dessas obras, Gil comenta a criação de canções emblemáticas para produções como “Eu Tu Eles” (2000), de Andrucha Waddington, “Gonzaga – De Pai Pra Filho” (2012), de Breno Silveira, e a abertura do programa “Sítio do Pica Pau Amarelo”, para o qual compôs a música tema que buscava representar todo o universo criado por Monteiro Lobato. “Eu tinha absoluta facilidade no diálogo com todos aqueles personagens e o fato de ter que colocar todo esse encantamento e magnetismo mútuo em uma canção de quatro minutos foi um desafio extraordinário”, finaliza.

Em oito episódios, a série “Na Trilha do Som” conta a trajetória de compositores de trilha sonora de diferentes gerações, tendo os depoimentos dos músicos ilustrados por imagens de suas obras nas produções audiovisuais. Os outros sete são: Chico Buarque, Antonio Pinto, André Abujamra, Plínio Profeta, David Tygel, DJ Dolores e Remo Usai (in memorian).

“Na Trilha do Som” é uma produção da Urca Filmes viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A série também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br) um dia depois da estreia no canal. A exibição é no dia temático Segundas da Música, 29 de julho, às 20h30.

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Édipo Pereira

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