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Estamos maratonando | Junji Ito: Histórias Macabras do Japão

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E a maratona desta semana é uma série em anime. Junji Ito: Histórias Macabras do Japão despertou minha curiosidade devido ao fato de ser uma adaptação de contos do autor de mangás de terror mais renomado da atualidade, na plataforma de streaming mais popular, a Netflix. Esse casamento poderia render algo realmente impactante seja para quem conhece Junji Ito e também para quem ainda não teve a oportunidade de conferir suas histórias.

Um mini guia do que eu já assisti em Junji Ito: Histórias Macabras do Japão até o momento

Bom, a julgar por esse começo (assisti a três episódios até o momento) não há nada de tão animador aqui. O primeiro conto/episódio, apresenta uma família bizarra que sobrevive a partir da pensão deixada pelo finado pai, ao mesmo tempo em que é enganada pelo irmão mais velho que finge sair para trabalhar todos os dias, até que, na ambição de conquistar uma mulher (comprometida), ele a convida para conhecer seu esquisito reduto fantasmagórico – o que leva todos a participar de uma sessão de espiritismo (e não é o kardecista).

O segundo episódio se divide em dois contos, falando sobre um misterioso túnel em que pessoas aparecem e desaparecem no primeiro, já no segundo temos uma macabra história sobre um carrinho de sorvetes que literalmente faz a cabeça da criançada (essa foi minha história favorita até o momento).

O terceiro episódio mostra um aparente suicídio de uma jovem celebridade tomar proporções avassaladoras para toda uma população, desencadeando numa série de mortes onde as vítimas tem suas vidas ceifadas por balões gigantes com o formato da própria cabeça.

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Mas e aí: o anima da Netflix vale à pena?

Por conhecer alguns trabalhos do autor (aliás, fica aqui a sugestão de TUDO que já foi lançado de Junji Ito no Brasil como guia de leitura), sei que mais adiante vou me deparar com alguns personagens clássicos de seu acervo como Tomie e Souichi. No entanto, ainda assim acho que a pegada desta série em anime vai continuar a mesma: falta alguma coisa para que esses episódios realmente conquiste o espectador.

A qualidade estética da animação do Studio DEEN está um tanto pasteurizada, intercalando com momentos em 3D que quebram um pouco o glamour, como se as histórias de Ito tivessem um aspecto de papel de jornal antigo que fica estranho ao serem violadas pela padronização estética vazia. Afinal, trata-se de um autor de mangás que possui um traço bastante elogiado, e levar isso para o mundo da renderização talvez não seja a melhor das escolhas. Shinobu Tagashira é o diretor e designer dos personagens ao longo dos episódios.

Em resumo, não se trata de uma série ruim, e pode até angariar alguns interessados pelo autor e sua obra ao longo do tempo. O problema na direção no roteiro de Kaoru Sawada está na falta de arrojo na adaptação, o que de modo algum é culpa deles: estão entregando corretamente um trabalho encomendado e supervisionado.

Mas vamos terminar a maratona, certo? Fique com o trailer de Junji Ito: Histórias Macabras do Japão logo abaixo:

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Édipo Pereira

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